A tecnologia para captar energia eólica, solar térmica e fotovoltaica está disponível no mercado brasileiro. Entenda como funciona cada uma, os prós e os contras e veja o que dizem os especialistas.Módulos fotovoltaicos, coletores solares e turbinas eólicas são alguns dos equipamentos que provêm energia sem poluir. Limpas e renováveis, elas se utilizam de fontes teoricamente infinitas, como o sol e o vento, e são geradas sem deixar resíduos e sem causar grandes impactos no ambiente. Por meio delas, acendem-se lâmpadas, ligam-se eletrodomésticos e aquece-se toda a água usada na casa. Para as regiões em que os ventos e dias claros não são constantes, uma combinação dessas energias constitui uma saída inteligente. Contudo, apesar dos avanços nas tecnologias, esses equipamentos ainda representam um investimento muito alto para o consumidor. Mesmo que a economia na conta de luz compense o custo dos aparelhos, o alto preço assusta muita gente. ”
O equipamento eólico consiste em uma torre, aerogeradores ou turbinas, painel de controle e um conjunto de baterias. Existem vários tipos de aerogeradores e isso dificulta a regulamentação do mercado. O modelo mais usado em casas é o de três pás, que possui um rápido movimento rotatório. Os ventos acionam o aerogerador, que está acoplado a um gerador elétrico instalado dentro da torre. Este transforma a energia cinética do vento em energia elétrica. Ela segue em corrente contínua (azul) para o painel de controle e fica armazenada em baterias. Antes de ser usada, é transformada pelo inversor em corrente alternada (vermelhoNesse caso, o equipamento gera energia a partir da força dos ventos, matéria-prima limpa e de custo zero. Em locais não abastecidos pela rede elétrica, como as cidades ribeirinhas, esse tem sido um investimento mais econômico e ecológico do que geradores elétricos movidos a diesel.
Inconstância da energia eólica
Ventos fracos, entretanto, não conseguem movimentar as turbinas. Por isso, o primeiro passo é conhecer sua força: eles devem soprar a uma velocidade média acima de 6 m/s (a medição pode ser feita pelas empresas que vendem o equipamento ou por meio de um anemômetro portátil). Além disso, as torres eólicas devem estar longe de montanhas, matas fechadas ou prédios.”Apesar de ser mais barato que o sistema fotovoltaico, o eólico pode exigir uma complementação da rede elétrica ou de outras fontes de energia por causa da inconstância dos ventos”, diz a engenheira Eliane Amaral Fadigas, do departamento de Engenharia de Energia e Automação Elétrica da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP).Embora o Brasil tenha potencial eólico, com destaque para as regiões litorâneas e os pampas gaúchos, essa fonte de energia ainda está para ser reconhecida. Isso já acontece na Alemanha, Dinamarca, Inglaterra e nos E U, onde ha incentivos a construção de usinas eólicas particulares. “Aqui, essa tecnologia tem sido mais viável em áreas afastadas, com pequenas demandas de energia”, diz Fadigas.Altercoop (Cabo Frio, RJ) – Kit completo com capacidade para gerar 500 watts (turbina, inversor, baterias, controlador e torre de 6 m): R$ 7,6 mil.Enersud (São Gonçalo, RJ) – Turbina e controlador para gerar de 250 a 1000 watts:de R$ 1,8 mil a R$ 4,9 mil, sem acessórios (o sistema completo, com baterias, inversor e torre, dobra esse preço).
Hidrogênio – Abundante na natureza, produz eletricidade por meio de células de combustível.Energia geotérmica – Obtida com o calor das rochas do interior da Terra, que emerge nas fontes termais e áreas vulcânicas.Metano – Produzido por restos de matéria orgânica de diversas origens, como bagaço de cana e lixo doméstico. De acordo com Sabetai Calderoni, especialista ambiental e autor do livro Os Bilhões Perdidos no Lixo (Ed. Humanitas), “se a parte orgânica de todo o lixo domiciliar brasileiro fosse utilizada para produzir energia elétrica, poderíamos implantar usinas termelétricas com potência significativa”.Força dos oceanos – Gera energia a partir das diferenças de altura das marés.
A água quente usada na cozinha e nos banheiros responde pelo maior consumo elétrico em casa. Por isso, os coletores solares, implantados geralmente no telhado, conseguem uma economia imediata na conta de luz. Mas cada caso requer um estudo. “Se uma árvore faz sombra no coletor, sua potência diminui. É preciso uma análise detalhada da região, da inclinação do telhado, da média de consumo da família, e só então avaliar se o investimento compensa”, diz Oscar Terada, pesquisador na área de energia do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT).
O ideal é que o sistema seja previsto no projeto, mas numa casa pronta a instalação ocorre sem grandes reformas hidráulicas, desde que a construção já tenha aquecimento central. “Os coletores solares permitem mais economia no consumo elétrico do que as placas fotovoltaicas ou turbinas eólicas”, acredita Terada.
Em média, para aquecer um boiler de 500 litros com cinco coletores de 1 m2, gastam-se de R$ 2,5 mil a R$ 3,4 mil (sem acessórios hidráulicos). Quem fornece:
Heliotek (Barueri, SP)
Soletrol (São Paulo)
Energia solar fotovoltaica
Ideal para regiões em que a rede elétrica não chega e onde o sol não cansa de brilhar, esse sistema transforma a luminosidade em energia elétrica por meio de placas fotovoltaicas (módulos à base de cristais nos quais a incidência de raios solares causa uma reação de elétrons, que gera corrente elétrica).Uma limitação desse sistema é a inconstância, já que a produção varia de acordo com a luminosidade e com a quantidade armazenada nas baterias. Em dias um pouco encobertos, por exemplo, a produção atinge até 60% do rendimento, enquanto em dias nublados poderá cair a menos de 10%.Se a casa já estiver ligada à rede elétrica pública, dá para adaptar e
combinar os sistemas. “O retorno depende muito de onde e como será utilizada a energia”, diz o engenheiro eletricista Airton Dudzevich. As placas duram em média 20 anos.O aquecimento solar de água se baseia na transmissão de calor. Dois itens fundamentais compõem o sistema: o reservatório térmico (boiler) e o coletor solar (placas). Dentro da placa coletora existem pequenos tubos em forma de zigue-zague por onde a água circula bem devagar. Depois de aquecida, ela segue para o boiler (reservatório de alumínio por fora e de cobre ou aço inox por dentro), que mantém a água quente.
O módulo para gerar 100 watts custa em média R$ 3 mil. Além disso, há o resto do sistema (suporte metálico, controlador de carga, baterias, inversor e fiação de cobre), que é calculado em função da quantidade de energia que se qu
er captar, e varia de R$ 200 a R$ 50 mil. Quem fornece:
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